Ronaldo Augusto Pinto Junior
A hipertensão, comumente denominada pressão alta, ocorre quando os níveis pressóricos são iguais ou maiores que 140 X 90 mmHg. Diversos são os motivos que causam sua elevação, porém a oclusão dos vasos sanguíneos está entre os principais.
De origem multifatorial a pressão arterial elevada acomete vasos sanguíneos, coração, rins, cérebro e olhos. Entre todos esses órgãos, são os vasos os primeiros prejudicados por esse acometimento, já que possuem internamente uma fina e frágil camada que é ferida quando o sangue circula em níveis elevados de pressão. A repetição dessa situação, ou seja, da pressão alta ao longo do tempo, pode causar o endurecimento e o estreitamento dos vasos levando-os ao entupimento ou ruptura. O entupimento de um vaso, alterando sua capacidade de filtração pode trazer consequências devastadoras ao órgão.
Segundo a sociedade brasileira de hipertensão essa doença é muito comum e agride uma em cada quatro pessoas adultas. Calcula-se que alcance por volta de 25% da população brasileira adulta, superando os 50% após a sexta década de vida, além de estar presente em 6% das crianças e adolescentes. Está por sua conta, 40% dos infartos, 80% dos acidentes vasculares encefálicos e 25% dos casos de insuficiência renal terminal.
Se ignorada pelo indivíduo a hipertensão arterial pode ser causadora de problemas graves, concorrendo para morbidade e mortalidade. Doenças relacionadas ao coração, ao cérebro, aos rins e aos vasos sanguíneos, são exemplos significativos que tornam a pressão arterial elevada um poderoso risco à saúde.
Estudos provenientes do meio acadêmico têm comprovado que a ausência de atividade física guarda uma relação positiva com o surgimento de múltiplos fatores de risco. Contudo, é sabido que a prática de exercícios regulares traz por consequência ganhos quanto a prevenção, manutenção e tratamento da pressão arterial, diabetes, obesidade, entre outras patologias relacionadas a síndrome metabólica.
Compreende-se exercício físico como uma ação planejada, ordenada e reiterada, que almeja ao longo do processo ou ao final dele, manter ou elevar a saúde e a eficiência física, ocasionando benefícios agudos e crônicos.
Não é de hoje que o exercício físico tem se caracterizado como um dos principais métodos terapêuticos para o indivíduo portador de hipertensão arterial, sobretudo, quando acompanhado por mudanças de hábitos comportamentais e pela medicação adequada, indicando que pessoas ativas tem menos chances de se tornaram hipertensas.
O condicionamento físico tem sido recomendado a todos, pessoas saudáveis ou com múltiplos fatores de risco, basta que estejam aptas a participar de um programa de treinamento físico.
Embora seja o exercício físico muito eficiente na diminuição dos níveis pressóricos, ainda há muito a se discutir sobre algumas peculiaridades do treinamento, em especial, sobre o tipo, a intensidade e a duração do exercício. Não obstante, parece haver consenso quanto a sua relevância na moderação da pressão arterial e das respostas metabólicas de indivíduos hipertensos.
O programa de treinamento carece de acompanhamento constante de um profissional da educação física que reúna as competências e as habilidades essenciais e deve ser disposto em fins de intensidade, quantidade, volume, tipo e avanço. A seleção do exercício físico deverá levar em conta as preferências do praticante, respeitando as limitações, o estado de saúde e o nível de condicionamento.